domingo, 23 de outubro de 2011

Resenha de Filme: Across The Universe é mais que um filme para Beatlemaníacos.

Dirigido por Julie Taymor, que também ficou a cargo da direção de "Frida", maravilhoso filme que conta a história de Frida Khalo, "Across The Universe", lançado em 2007, é uma ode ao fantástico repertório do quarteto de Liverpool. Musical, o filme apresenta 33 músicas dos Beatles, usadas de forma pertinente para contar uma história de amor entre Jude (Jim Sturgess), rapaz de Liverpool, e Lucy (a competente Evan Rachel Wood), garota estadunidense. Jude vai para os Estados Unidos em busca de auto-conhecimento e aventuras que não poderia encontrar em sua cidade Natal. De imediato faz amizade com Max (Joe Anderson), que é irmão de Lucy. Aos poucos ele vai conhecendo outros personagens que serão importante para a trama, como Prudence, o músico Jo Jo e a cantora Sadie. O filme enlaça as músicas com a história de amor dos personagens principais, com a história individual de cada um e com acontecimentos típicos da década de 60, como a guerra do Vietnã, drogas, o movimento hippie, o homossexualismo e a liberação sexual. O movimento Hippie e toda a cultura alternativa que o envolve está presente em praticamente todo o filme, inclusive na psicodelia que envolve o número musical na participação de Bono Vox como Dr. Robert, cantando "I am The Walrus". Outra participação é a de Salma Hayek, dançando "Happiness is a Warm Gun". As letras das músicas apresentadas no filme seguem fiéis à discografia dos Beatles, mas a melodia e os arranjos são todos modificados a fim de se encaixarem melhor na história, adquirindo toda uma importância para a narrativa da mesma. Composto de grandes momentos, o filme conta com espetáculos a parte, como T.V. Carpio cantando "I Want To Hold Your Hand", a excelente versão feita para "Strawberry Fields Forever", a emocionante versão de "Hey Jude" e de "Let it Be", entoada em coral gospel. Ao final, percebemos que Across the Universe é mais que um filme para Beatlemaníacos, mas sim, uma linda história de amor, tendo os anos 60 passado a limpo como plano de fundo e a idéia genial de trazer para as telonas as músicas dos Beatles, afinal, "all you need is love". Belíssimo filme, que poderá agradar quem é ou não fã da banda.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Resenha de Disco: Criativa, Mariana Aydar lança uma verdadeira obra - prima.

De todos os discos nacionais que ouvi, lançados em 2011 até o momento, "Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo" da espetacular Mariana Aydar, é o melhor e mais criativo. Recém-lançado, o disco confirma o primoroso talento dessa cantora que debutou no mercado fonográfico com o bom "Kavita 1". Seu segundo disco, "Peixes, Pássaros, Pessoas" já distanciava Mariana das demais cantoras de MPB, pela sua criatividade e ousadia em testar o novo. "Beleza" em parceria com a cantora cabo verdiana Mayra Andrade, é um verdadeiro petardo encontrado no citado disco. Porém, Mariana Aydar se superou com "Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo". O disco ofuscou o também recém-lançado "Elo" de Maria Rita, roubando todos os holofotes e sendo amplamente elogiado pela crítica especializada. O mérito de tão perfeito álbum se deve também à produção e parceria com Letieres Leite, maestro da Orquestra Rumpilezz. Embora o disco apresente inúmeras regravações, as mesmas não soam repetitivas, pois Mariana soube dar um frescor novo às músicas, de forma criativa e extremamente competente. O grande destaque, ao meu ver, ficou por conta da maravilhosa regravação de "Galope Rasante", música original de Zé Ramalho. Coube à cantora dar novos ares ao delicioso pagode "Vai Vadiar" de Zeca Pagodinho, que já fez dueto com a cantora em seu disco anterior, o que culminou em uma música deliciosa e envolvente. Explorando diversos estilos musicais, sem contudo deixar o álbum perdido, e mantendo uma coesão em relação ao repertório, podemos nos deliciar também com o forró de "O Homem da Perna de Pau" e a envolvente e carismática "Preciso do Teu Sorriso". Música de Caetano Veloso, "Nine Out of Ten" é outra regravação que ficou fantástica na voz de Mariana. Mesmo com a mistura de ritmos, o Afrobeat é quem dá as cartas na maioria das músicas, provavelmente influência positiva na produção de Letieres. Não é necessário várias audições para apreciar o disco. Ele desce redondo, causa admiração, fascínio. Mariana é completa, é artista. "Só vim para dar parabéns, parabéns para nós", amantes da boa música. Mariana Aydar, aqui te sigo.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Resenha de Disco: Thaís Gulin brilha em segundo disco de inéditas.

Thaís Gulin passa, com louvor, pela prova do segundo disco. Depois do maravilhoso disco homônimo de 2006, em que ela gravou verdadeiras relíquias como "Defeito", "Bloco da Solidão", cantou com propriedade "História de Fogo" do pernambucano Otto e fez, ao meu ver, a melhor regravação de "Garoto de Aluguel" de Zé Ramalho, ela lança esse ano o disco "ôÔÔôôÔôÔ" e novamente coloca no mercado algo grandioso. Sem deixar a peteca cair, o disco sai inspirado e melódico. Encabeçada pela deliciosa faixa-título, "ôÔÔôôÔôÔ" é samba enredo contemporâneo e deliciosamente sedutor. "Quantas Bocas" é faixa que considero um grande destaque do álbum, onde ameaçadoramente, Thaís profere: "Meu ódio dura pouco, meu amor também, vai saber...Se eu te encontrar, posso te beijar ou nem te reconhecer". Destaque na mídia por conta do seu namoro com Chico Buarque, é ele quem escreve e faz parceria com a cantora na música "Se eu Soubesse", balada leve e nostálgica, já em rotação nas rádios. Outra grande personalidade presente no disco é Tom Zé, que presenteou Thaís com "Ali Sim, Alice", música que remete à obra literária "Alice no País das Maravilhas". Mais facilmente reconhecida pelo grande público, "Paixão Passione" é faixa que fecha o disco, tendo sido anteriormente tema da novela "Passione", exibida pela Rede Globo. "Little Boxes", a já conhecida música na voz de Malvina Reynolds, popularizada como tema de abertura do seriado Weeds, onde em sua segunda temporada foi cantada por diferentes artistas a cada episódio, ganha maravilhosa regravação na voz de Thaís Gulin. "ôÔÔôôÔôÔ" é disco que faz a cantora brilhar, com inteligência e talento, em um país de grandes artistas, que merecem destaque e aplausos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Resenha de Disco: Gilberto Gil entra em festa de Universo Junino.

Lançado em junho de 2010, "Fé na Festa" é considerado, de sua nova safra, um dos melhores discos de inéditas de Gilberto Gil. Entrando de cabeça nas quadrilhas e nas festas juninas, o álbum abusa de xotes e xaxados em letras criativas e provocadoras. Passeando por terras nordestinas em músicas que nos remetem ao legado de Luiz Gonzaga, Fé na Festa explora também o baião em músicas como "O Livre Atirador e a Pegadora", que de forma atual, trata das relações casuais dos dias de hoje. "Vinte e Seis" é música que parabeniza o cantor pelo seu aniversário, a saber, dia 26 de junho. De forma singular, Gil foge do esteriótipo forrozeiro que assola o país atualmente, para fazer uma música de universo nordestino com a qualidade de quem domina o ritmo musical como poucos. "Dança da Moda", "Aprendi com o Rei" e "Maria Minha" são as únicas três músicas que Gil não assina no repertório do disco. A segunda música das três citadas é delicioso xote que realça as qualidades do cantor como bom sanfoneiro, buscando seguir os passos do Rei do Baião. Em "São João Carioca", Gil propaga que o Rio de Janeiro também é lugar de boa música forrozeira. Fé na Festa é disco abrangente, se ao mesmo tempo soa popular e contemporâneo, também percebemos o toque sofisticado e as características da MPB já arraigadas no maravilhoso repertório do mestre Gil.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Resenha de Filme: "O Leitor" explora traumas e discussões do Pós Guerra.

Com cinco indicações ao Oscar 2009 (Melhor Fotografia, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Atriz, Melhor Diretor e Melhor Filme), O Leitor finalmente premiou Kate Winslet como melhor atriz, fato que já deveria ter acontecido em ano anterior, quando a mesma concorreu na mesma categoria com o maravilhoso Pecados Íntimos. O filme é baseado no livro de mesmo nome de Bernhard Schlink e se passa na Alemanha, mais precisamente no pós guerra. David Kross interpreta Michael Berg quando jovem (na fase adulta o personagem é interpretado por Ralph Fiennes), que após ser ajudado por uma estranha mulher, interpretada por Winslet, passa a ter com ela um romance. Curiosamente, essa mulher, de nome Hana, sempre antes de ir para cama, pede que ele leia para ela, daí o nome do filme. Após um período, Hana some sem dar notícias, ocasionando dor e sofrimento a Berg. Depois de longos anos, ele, estudante de direito, começa a acompanhar processos de julgamento de ex oficiais acusados de matar prisioneiras judias. A partir daí, o personagem entra em conflitos acerca do certo e errado, do justo, da cabeça e do coração. O romance entre os dois entra em plano secundário no filme, salientando mais os traumas e as discussões presentes no pós guerra na Alemanha. Polêmico, o filme trata a história com uma seriedade ímpar e a excelente interpretação de Kate Winslet o afasta, em matéria de qualidade, dos demais filmes que já exaustivamente abordaram o assunto. Dirigido com extrema competência por Stephen Daldry, O Leitor já é filme clássico, que mesmo abordando um assunto nada inovador, proporciona discussões e reflexões sobre uma época que jamais deixará de ser comentada.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Resenha de Disco: Maria Rita lança "Elo", disco recheado de regravações.

Depois de quatro anos, Maria Rita lança "Elo", sucessor do espetacular "Samba Meu". Pressionada pela gravadora Warner Music e por alguns fãs, pelo fato da artista estar a muito tempo sem lançar material novo, Maria Rita, que tinha programado um disco de inéditas apenas para 2012, resolveu entrar em estúdio e gravar um álbum ainda para esse ano. "Elo" mantêm com classe a alma sambista da cantora, como em "Pra Matar Meu Coração", música de Pedro Baby e Daniel Jobim, a primeira em rotação nas rádios. "Coração em Desalinho", já conhecida do grande público, sendo a música de abertura da novela "Insensato Coração" da Rede Globo, é samba que fecha o disco. Recheado de regravações, algumas músicas se sobressaem, como é o caso da versão de "Menino do Rio", de Caetano Veloso, conhecida na voz de Baby do Brasil. "Nem um dia", música do cantor e compositor Djavan, também ganha bela versão para o disco. "Só de você", música de Rita Lee, ganha versão gostosa e sensual na voz de Maria Rita. "A história de Lily Braun" de Chico Buarque, já exaustivamente regravada, também tem seu espaço no álbum, porém, tantas regravações já fizeram a música perder o seu brilho, soando cansativa. Incensado compositor, "A Outra" de Marcelo Camelo, ficou linda com a voz suave da cantora. Ao fim da primeira audição, percebemos que "Elo" não possui a elegância do disco anterior, mas o brilho de Maria Rita é grande, assim como o seu talento. Embora tenha apelado para regravações óbvias, boa música é boa música. E Maria Rita entende com propriedade do assunto.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Coldplay divulga capa de novo disco.

O quinto álbum da banda britânica Coldplay, intitulado "Mylo Xyloto", a ser lançado dia 24 de outubro, já teve sua capa divulgada. As músicas "Every Teardrop is a Waterfall", "Charlie Brown" e "Paradise" integram o repertório inédito do disco.