quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Tim Maia Completaria 70 Anos e Ainda é Considerado o Maior Soul Man Brasileiro.

O maior "soul man" brasileiro, Sebastião Rodrigues Maia, Tim Maia, ou simplesmente "o síndico", estaria completando 70 anos no próximo dia 28 e, responsável por introduzir o Soul no Brasil, continua sendo celebrado e cultuado, seja através de regravações, homenagens, compilações de seus maiores sucessos e principalmente em festas e shows de diversas bandas, onde todos cantam juntos suas principais canções. Compositor, cantor, instrumentista, produtor e empresário, o sucesso e a versatilidade marcou a carreira de Tim Maia, bem como algumas polêmicas. Autenticidade poderia ser o adjetivo que mais se encaixaria ao se falar de sua personalidade. O cantor não tinha papas na língua e falava o que vinha à cabeça. Começou sua carreira nos anos 50 e de lá até o final dos anos 90, quando ocorreu sua morte (devido a problemas respiratórios, obesidade e diabetes) o sucesso sempre esteve a ele ligado. Com dezenas de discos gravados, é impossível esquecer de pérolas como "O Descobridor dos Sete Mares", "Do Leme ao Pontal", "Eu Amo Você", "Sossego", "Primavera", "Não Quero Dinheiro", entre tantas outras, tocadas até hoje à exaustão. Tim Maia tinha um grande histórico de problemas com gravadoras, o que fez com que fundasse a sua própria, primeiramente Seroma e depois Vitória Régia. Seu álbum "Tim Maia", lançado em 1986 é considerado até hoje como um dos principais lançamentos da década de 80. Chegando a gravar um disco por ano, seu repertório passeava por funk, soul, músicas românticas e até pela Bossa Nova. Ao total foram 32 discos em 28 anos de carreira, que lhe garantiram também sucesso internacional. Mesmo após sua morte, Tim Maia continua ostentando o título de maior soul man brasileiro, sendo sinônimo de irreverência, sucesso e talento.

Coluna escrita por André Ciribeli.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Resenha de Filme: "Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos" Faz Poesia Com Imagens de Arquivo ao Contar a História do Século XX.

Infelizmente, documentários são filmes pouco difundidos comercialmente e com público bastante restrito. Muitos os consideram chatos, como uma reportagem cansativa e interminável. Em alguns casos é verdade, mas na grande maioria deles, os documentaristas nos apresentam uma verdadeira obra-prima inspirada pela realidade, matéria-prima desse cinema de público seleto. "Nós que aqui estamos por vós esperamos" (1999), do diretor Marcelo Masagão, entra nessa lista de documentários marcantes que fogem da regra de simplesmente retratar a realidade, ele sabe que essa função é do jornalismo, ao cinema documental cabe interpretar e poetizar essa realidade. E é isso que ele faz, poesia. "Nós que aqui estamos por vós esperamos" é um paralelo cinematográfico do livro "Era dos Extremos", do historiador Eric Hobsbawn, que narra a história do século XX, o período de maior transformação da Humanidade. Utilizando imagens de arquivo que foram produzidas durante todo o século, em diferentes partes do mundo, o documentário cria histórias, personagens e situações que, mesmo não sendo reais, poderiam ter sido. O que importa é que o universo micro que ele cria, serve de metáfora para falar do macro, narrando o contexto social, cultural e humano do século que mudou o mundo em velocidade máxima. A maneira como Masagão conecta essas imagens de arquivo (que não possuem nenhum vínculo entre elas) com as histórias que cria, transforma o documentário em uma poesia visual requintada, que expressa sentimento, anseios e verdades que também são nossas, afinal somos todos filhos e filhas do século XX. Documentários como "Nós que aqui estamos por vós esperamos", precisam ser vistos não por narrar fatos que dizem respeito a todos nós, mas por trazer à tona os sentimentos, anseios e medos que nos movem. Eles precisam ser vistos porque ao falarem dos outros, dizem muito sobre nós. Fazendo poesia com o passado, Masagão nos impele a sonhar o futuro.

Resenha escrita por Rafael Tavares.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Sai Hoje o Indicado Brasileiro à Categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar.

Hoje, dia 20, o Brasil anunciará qual filme será o representante do nosso cinema no Oscar 2013. Grandes filmes concorrem pela indicação. Confira a lista logo abaixo e torça para seu favorito. Lembrando que, após a escolha pela comissão nacional, o filme ainda passará pelo crivo da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas Americanas, que selecionará cinco candidatos, entre todos os inscritos.




À Beira do Caminho
Billi Pig
Capitães da Areia
Colegas
Corações Sujos
2 Coelhos
Heleno
Elvis & Madona
Histórias Que Só Existem Quando Lembradas
Luz Nas Trevas
Menos Que Nada
Meu País
O Carteiro
O Palhaço
Paraísos Artificiais
Xingu


Por Rafael Tavares.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Ludimila Marinho Se Despede do Blog e Deixará Saudade.

Queridos amigos e seguidores, gostaria de agradecer pelas visualizações, pelo carinho e pelas críticas que são sempre muito bem vindas. Agradecer também ao meu amigo André pelo convite para participar dessa equipe tão linda que é o Esfinge. Por estar trabalhando em um projeto pessoal e profissional, deixo hoje a minha cadeira aqui no blog. Minha fonte de inspiração está canalizada para um novo projeto de trocas de saberes e experiências pessoais voltadas para ações sociais, ambientais e culturais. Quem sabe um dia eu volto para compartilha-las com vocês? Mas, infelizmente estou precisando mais ler as colunas do Esfinge do que escrevê-las. Preciso me abrir para o que é novo, conhecer coisas inéditas e me apaixonar por elas. Enquanto isso, serei seguidora assídua, baterei minha carteirinha aqui em busca de dicas preciosíssimas sobre cultura, que são sempre expostas de maneira tão deliciosa e real pelos meus amigos. Obrigada e um forte abraço. Até qualquer dia. Ludimila Marinho. Deixo aqui uma mensagem que muito tem a nos ensinar.

O Sábio

“Aquele que conhece os outros é sábio.
Aquele que conhece a si mesmo é iluminado.
Aquele que vence os outros é forte.
Aquele que vence a si mesmo é poderoso.
Aquele que conhece a alegria é rico.
Aquele que conserva o seu caminho tem vontade.
Seja humilde, e permanecerás íntegro.
Curva-te, e permanecerás ereto.
Esvazia-te, e permanecerás repleto.
Gasta-te, e permanecerás novo".

Lao Tsé.

Resenha de Disco: "Havoc and Bright Lights", o Mais do Mesmo de Alanis Que Vale a Pena.

A maternidade fez bem para Alanis Morissette. Seu primeiro disco após o nascimento de seu rebento é um bom exemplar daquele pop rock que ela sabe fazer tão bem. Se o anterior, "Flavors of Entanglement", era um tanto sombrio devido ao fim de seu relacionamento com o ator Ryan Reynolds, "Havoc and Bright Lights" é bem mais solar, e isso já deixa claro até no nome do álbum. A cantora canadense tem um grupo de fãs que esperam dela um novo "Jagged Little Pill", seu disco de maior sucesso e que a lançou para o mundo. Se você é um desses, já digo, não foi dessa vez. Ainda bem. Quem conhece bem a sua carreira sabe que ela é influenciada muito pelo que acontece em sua vida e que a garota de cabelo grande (e aparentemente sujo) ficou lá na década de 90. Depois disso ela foi para a Índia, casou, descasou, casou novamente e teve um filho. E é isso que a influenciou agora. Se for para comparar com um de seus discos anteriores, "Havoc and Bright Lights" tem um quê de "Under Rug Swept" (2002), com seu pop rock pouco sisudo e bastante despretensioso. "Lens", a sexta faixa do disco, é uma daquelas canções para se cantar junto, com a marca registrada do estilo musical de Alanis. Outros destaques são "Empathy", "Win and Win", "Havoc" e "Receive". Alguns dirão que "Havoc and Bright Lights" é mais do mesmo. E é. Mas, é um mais do mesmo que vale a pena. Longe da pretensão de fazer um disco que revolucionasse a própria carreira, Alanis sempre deixa claro que canta (e conta) aquilo que tem vontade.

Resenha escrita por Rafael Tavares.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A Moda e a Música em Uma Perfeita Combinação Artística.

A música é baseada em vários tipos de influências, isso porque a arte nunca se encontra sozinha e a junção de vários tipos de criações em uma só sempre rende bons frutos. A moda, vista como uma forma de arte, também se encaixa nesse conceito. Para a confecção de uma peça é necessário preparo, execução, criatividade na criação e profissionais especializados, visando sempre a aceitação do mercado, o mesmo que acontece quando um artista resolve lançar um disco. Porém, traçando um paralelo entre essas duas formas de se fazer arte, percebemos que elas podem estar intimamente interligadas. Ícones da cultura pop sempre influenciaram criações dos mais diversos estilistas, bem como o visual de astros da música, vez ou outra vira febre entre os fashionistas e relacionamentos amorosos entre roqueiros e modelos sempre causaram burburinhos na mídia. Grandes parcerias entre músicos e estilistas marcaram o mundo da moda, como a banda Sex Pistols e a estilista Vivienne Westwood, que criou o visual punk. Marc Jacobs, em 2011 criou uma coleção inteira baseada em Donna Summer, usando cores vibrantes, volumes e franjas. A Belmain buscou influência em Michael Jackson para a criação de suas jaquetas recheadas de brilhos e tachas. Mais recentemente, Florence Welch, da banda "Florence and the Machine" virou queridinha da grife Givenchy, graças à sua perfeita combinação entre o moderno e o clássico, no melhor estilo retrô e já participou de um desfile da Chanel. Elvis Presley, Beatles, astros da Jovem Guarda e David Bowie são exemplos de como artistas da música podem ditar moda e ser influência para muita gente na hora de se vestir, tanto antigamente quanto nos dias atuais. A mídia desempenha um importante papel nessa junção. A novela "Dancin' Days" no Brasil levou todo mundo para as discotecas usando meias de lúrex, salto alto, calça boca de sino e camisa de poliéster. Com isso, a música e a moda, bem como outras combinações artísticas, buscam influências diversas para suas criações, e essa parcerias são sempre bem vindas. A criatividade está em alta.

Coluna assinada por André Ciribeli.

domingo, 9 de setembro de 2012

Resenha de Disco: A Mistura Fina de Caê Rolfsen e Seu Disco Estação Sé.

Muitos discos são lançados anualmente mundo afora, milhares deles são bons e valem o gasto ou, talvez, o download. Mesmo assim, poucos podem ser considerados obras-primas, aqueles que chegam até nós (ou chegamos até eles) por acaso, sem muitas pretensões e que depois da primeira audição se tornam inesquecíveis, como amor à primeira vista. Pare e pense, quantos discos fizeram você parar tudo para ouvi-lo (e senti-lo) atentamente? "Estação Sé", o álbum de estreia do paulistano Caê Rolfsen, é dessas delícias musicais que valem o download e o tempo perdido (que hoje é artigo raro) para degusta-lo. Sim, esse enxuto disco de nove canções pede para ser ouvido, e não simplesmente escutado. Mais do que ouvidos, pede o coração aberto. Quem tiver o prazer de chegar até ele encontrará nove obras-primas que resultam em uma mistura fina entre os sons mais clássicos da MPB com letras revelando a realidade desse Brasil urbano e moderno. Destacar algumas músicas desse pequeno repertório de nove é quase impossível, mas, tentando, ouça "Que Nem a Gente", com uma letra inspirada que mostra como nem todo mundo é igual, mas todo mundo é igual em ser diferente. Um dos melhores lançamentos do ano no Brasil, "Estação Sé" está disponível para download no site de Caê Rolfsen gratuitamente. Para os amantes de música de qualidade, vale a pena dedicar um tempo para essa obra-prima.

Resenha escrita por Rafael Tavares.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Resenha de Disco: Mallu Magalhães Prova Sua Maturidade Em Álbum Elegante e Simples.

A menina de nome grande, Maria Luiza de Arruda Botelho Pereira de Magalhães, mais conhecida como Mallu Magalhães, amadureceu muito desde a sua estreia até o seu belo último disco, "Pitanga". Aclamada como uma revelação da música brasileira, principalmente pela sua precocidade e espontaneidade, vista como uma menina prodígio, ficou ainda mais famosa ao assumir um romance com Marcelo Camelo, do grupo "Los Hermanos". Suas músicas, que passeiam pelo folk americano, samba tropicalista e MPB fizeram relativo sucesso desde o seu disco homônimo de estreia. Por sua pouca idade, houve quem torcesse o nariz para Mallu, que não caiu totalmente no gosto popular. Porém, a menina cresceu e em "Pitanga" consegue dar provas de seu talento, amadurecimento e capacidade musical. Mallu, mais que cantar e compôr, participa do disco como instrumentista, tocando bateria e guitarra, ao lado de músicos como Kassin e Marcelo Camelo, que produz o disco, mas garante o toque e a personalidade da cantora em todas as faixas do mesmo. Composto por músicas tanto em português como em inglês, "Pitanga" tem "Velha e Louca" como primeiro e acertado single. Bela música onde Mallu se afirma como mulher, bem como no clipe, onde ela aparece linda e sensual, em estilo retrô, que de uma forma inocente, jamais poderia soar vulgar. "Sambinha Bom" e "Olha Só, Moreno" também são outros destaques do álbum. Mallu Magalhães ainda tem um longo caminho a trilhar, mas dá provas de sua maturidade em disco competente, simples e elegante.

Resenha escrita por André Ciribeli.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Obras Renomadas do Impressionismo em Solo Verde e Amarelo.

Uma excelente oportunidade para quem se interessa por arte, ou até mesmo para os curiosos de plantão é a exposição "Impressionismo: Paris e Modernidade" que estará em cartaz até o dia 07 de Outubro no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo. Para os mais entusiasmados é bom se prepararem para a enorme fila formada no local, pois o sucesso da exposição está garantindo um grande número de visitantes dia após dia. Especialmente para a realização dessa exposição, foram cedidas 85 obras-primas impressionistas do Museu d'Orsay de Paris. Dentre elas as obras “Le Fifre” (“O tocador de pífano”) de Manet, “Madame Darras” de Renoir, ""Le bassin aux nymphéas, harmonie verte” (“O lago das ninfas, harmonia verde”) de Monet e "O Salão de Dança em Arles" de Van Gogh. A exposição está dividida em seis módulos que retratam a vida urbana e rural parisiense na virada do século XIX. O Movimento Impressionista, que teve seu início em 1874, na França, não foi bem aceito em sua primeira exposição, recebendo inúmeras críticas pejorativas, sendo uma delas a que nomeou o movimento. Segundo o crítico Louis Leroy, diante da obra “Impression du Soleil Levant”, de Claude Monet, o trabalho era impressionista, ou seja, propunha apenas uma primeira impressão. Com o passar dos anos, o Impressionismo ganhou forças e, em 1878, surgiram olhares e opiniões mais agradáveis sobre o trabalho desses artistas que, assim como Monet, também faziam parte do movimento, onde podemos citar Monet, Renoir, Degas, Van Gogh, Morisot, Cézanne, Camile Pissaro (esposa de Monet), entre outros.

Coluna assinada por Ludimila Marinho.