quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Cinema: Os Destaques de 2011 na Indústria Cinematográfica.

O ano de 2011 veio recheado de grandes filmes e diretores consagrados se mostraram inspirados. Claro, obviamente, como todos os anos, lixos cinematográficos também vieram aos montes, sendo sucessos de bilheteria e arrecadando milhões. Porém, o Blog Esfinge Cultural prefere os filmes inteligentes, com bons roteiros e interpretações dignas de aplausos. Resolvemos não incluir os principais filmes que concorreram ao Oscar 2011. Dessa vez, sem colocar filmes em melhores ou piores posições, listaremos os destaques do ano e uma pequena crítica sobre cada um, levando em conta a qualidade da história contada, não o sucesso frente ao público.

* Meia Noite em Paris: A história de Gil (Owen Wilson), escritor um tanto quanto frustrado que encontra a verdadeira "inspiração" na encantadora Paris, é contada por Woody Allen de uma forma sensível e peculiar, como só ele consegue fazer. O diretor faz com Paris o que fez com Barcelona no excelente "Vicky Christina Barcelona". O filme conta ainda com Rachel McAdams e Carla Bruni no elenco.

* Melancolia: Ao divulgar seu filme no festival de Cannes, o polêmico diretor Lars Von Trier causou alvoroço ao afirmar que entendia as ações de Hitler. Barulhos a parte, ele conseguiu novamente lançar um excelente filme. Melancolia trata do fim do mundo através de dois pontos distintos, onde Kirsten Dunst faz uma mulher conformada com o acontecimento e Charlotte Gainsbourg mostra desespero frente a situação. Filme tenso e forte, característica do diretor.

* A Pele Que Habito: E Almodóvar consegue encontrar o seu lugar nesse maravilhoso filme onde Antonio Banderas é o protagonista. Genial, ele lança um filme de terror onde o terror se encontra nos diálogos, nos objetos, nas angústias veladas. Banderas é um cirurgião plástico que perdeu sua mulher em um acidente e passa a tentar criar uma pele em um laboratório, pele essa que poderia ter salvado sua esposa. Filme curioso e criativo.

* O Palhaço: Tendo Selton Mello como diretor e protagonista, o filme conta a história de um palhaço procurando a alegria de viver. Ao mesmo tempo que leva alegria às pessoas, ele se questiona sobre o quê traz alegria a ele. Sensível e conceituado como uma comédia inteligente, difere da maioria dos filmes brasileiros comerciais.

* Não me Abandone Jamais: O diretor Mark Romanek está a frente deste filme sobre clonagem, mas tratando do assunto com extrema sensibilidade e delicadeza. Emocionante e questionador é um filme que nos faz pensar se toda a tecnologia da época atual existe mesmo para facilitar nossa vida. Com Carey Mulligan, Keira Knightley e Andrew Garfield no elenco.

* O Deus da Carnificina: Roman Polanski está de volta na direção de inquietante filme preso a diálogos. Quando dois garotos brigam, seus pais resolvem marcar um reunião para tratar do problema e é aí que o filme se desenrola. Com Jodie Foster e a maravilhosa Kate Winslet.

* Lope: A cinebiografia de Félix Lope de Vega chega às telonas de forma eficaz com direção de Andrucha Waddington em co produção entre Brasil e Espanha. Com Alberto Ammann e Selton Mello no elenco.

* Precisamos Falar Sobre Kevin: Com direção de Lynne Ramsay, o filme conta a história de Kevin, que é preso após cometer uma chacina em seu colégio e sua mãe, atônita, só encontra consolo após começar a se corresponder com seu marido, que não vê faz anos. Belíssima interpretação da mãe, vivida por Tilda Swinton.

* Um Sonho de Amor: Outro filme com Tilda Swinton, dirigido por Luca Guadagnino, trata do drama de uma família residente em Milão, que é surpreendida quando várias mudanças começam a dar novos rumos a cada membro da família.

* Uma Doce Mentira: Novo filme de Audrey Tautou, imortalizada como Amélie Poulain. Dirigido por Pierre Salvadori, o filme é uma comédia leve e sensível, que trata das confusões originadas quando Emmilie envia para sua mãe uma carta de amor que lhe foi endereçada, a fim de proporcionar à mesma mais alegria.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

2011 Musical - Parte 02: Os Destaques de 2011 no Mercado Fonográfico.

Continuando a lista dos dez melhores lançamentos de 2011, o Blog Esfinge Cultural lista as cinco primeiras colocações. Deve-se considerar que o presente ano teve realmente grandes lançamentos, mas o Blog escolheu os artistas mais criativos ou aqueles que foram mais coesos dentro do seu estilo musical. Eis os cinco primeiros colocados:

5 - Superheavy - Superheavy: A super banda composta por Mick Jagger, Joss Stone, Damian Marley, A. R. Rahman e Dave Stewart, lançou um disco homônimo mesclando as referências musicais de cada um, mas é na potente voz de Joss Stone e no delicioso reggae do filho mais novo de Bob Marley que a banda encontrou seu lugar e se acerta, fazendo jus ao título de Super. Não se sabe se haverá outros discos ou se a banda entrará em turnê, mas o certo é que esse grandioso disco ficou marcado para os amantes da boa música.

4 - Pitanga em Pé de Amora - Pitanga em Pé de Amora: Disco homônimo do grupo Pitanga em Pé de Amora, lançado no início do ano e disponibilizado para download gratuito no site da banda, mescla forró, MPB, frevo e até jazz em um som delicioso, seja para relaxar lendo um bom livro ou até mesmo arriscar uma dança a dois.

3 - Cícero - Canções de Apartamento: Com um disco encantador, Cícero soa leve, seu violão nos acalenta e por vezes nos encontramos pensativos ao ouvir suas músicas. Cícero se mostra um artista brilhante e de uma sensibilidade ímpar. O clipe de "Tempo de Pipa" pode ser considerado, embora simples, como um dos mais sublimes dos últimos tempos.

2 - Adele - 21: Adele foi o grande nome de 2011. As vendas de seu segundo disco superou todas as expectativas, transformando-a em um fenômeno da música. Seu canto visceral, sentimental e emotivo embalaram o dia a dia de várias pessoas ao redor do mundo, com destaque para "Rolling in the Deep" e "Someone Like You". Embora tendo que se ausentar por conta de um problema na garganta, seu DVD "Live at the Royal Albert Hall", conseguiu captar toda a potência e grandiosidade de seu canto.

1 - Mariana Aydar - Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo:
Mariana Aydar merece com louvor o primeiro lugar. Seu fantástico disco é além de inovador, dono de uma produção luxuosa, contando com a mão do maestro Letieres Leite da Orquestra Rumpilezz. Esse é o disco mais introspectivo da cantora e mesmo assim, o mais completo. Sua regravação de Galope Rasante, música popularizada na voz de Zé Ramalho é de uma grandiosidade e exuberância cinco estrelas. Mariana vai além, ela regrava "Vai Vadiar" de Zeca Pagodinho e encanta no xote "Preciso do Teu Sorriso", sempre com uma qualidade vocal perfeita e uma produção impecável. Juntando perfeição e qualidade, é de Mariana Aydar o primeiro lugar da nossa lista.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

2011 Musical - Parte 01: Os Destaques de 2011 no Mercado Fonográfico.

O ano de 2011 foi um ano muito proveitoso para o meio musical. Vários lançamentos podem ser creditados como importantes para o meio fonográfico. Tanto nacionais quanto internacionais, artistas abusaram da criatividade para lançar obras diferenciadas que caíram no gosto do público e da crítica. O Blog Esfinge Cultural listará alguns dos principais álbuns lançados esse ano e que podem ser caracterizados como destaques.

10 - Florence and The Machine - Cerimonials: A banda de rock britânica liderada por Florence Welch lançou em 2011 o seu segundo disco, intitulado "Cerimonials", depois de uma estréia promissora com o disco "Lungs". De um álbum para outro, pouca coisa mudou, mas mostra que tem fôlego para longos anos de carreira.

9 - Danilo Moraes - Danilo Moraes e Os Criados Mudos: O cantor Danilo Moraes ao lado da banda intitulada Os Criados Mudos lançou nesse ano um fantástico disco homônimo onde mistura samba, MPB e muito swing com letras irreverentes e criativas, com participação da cantora Céu e a regravação de "Mais um Lamento", presente no disco de estréia da mesma.

8 - Feist - Metals: Depois do grande sucesso do disco "The Reminder" e da música "1234" ter alcançado as primeiras posições em diversos países, Feist volta com o introspectivo e experimental "Metals". Feist dosa perfeitamente novas experimentações sem perder ou se deslocar do estilo folk que é uma das características de sua música.

7 - Manu Santos - Nossa Alegria: Manu Santos pode não trazer nada de novo para a intitulada Nova MPB, nem ser considerada uma das melhores cantoras brasileiras, mas foi capaz de lançar um grande disco. Sua voz agradável e seu jeito leve de conduzir as canções tornam a audição de "Nossa Alegria" um delicioso prazer, principalmente nas regravações de "Deixa eu Dizer" e "Un Vestido y Un Amor" e na excelente "Mulher Jangadeira" onde mostra toda sua brejeirice.

6 - Criolo - Nó na Orelha: O rapper Criolo foi o grande destaque do VMB, prêmio concedido pela MTV e fez uma linda apresentação junto com Caetano Veloso da sua música, já um hino para os amantes do rap brasileiro, "Não Existe Amor em SP". Cultuado pela mídia e pelos críticos, Criolo é dono de um álbum criativo e usa de letras sagazes para criticar a sociedade atual.


Em Breve as Cinco Primeiras Posições!!!!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Resenha de Disco: Feist Foge das Músicas Radiofônicas no Sensacional "Metals".

Depois de quatro anos sem lançar nenhum material inédito, a cantora Canadense Leslie Feist, mais conhecida somente por Feist, coloca no mercado "Metals", seu mais novo e incrível trabalho, depois do aclamadíssimo "The Reminder", cujo single "1234" a colocou sob as luzes dos holofotes durante um bom tempo. Feist continua fiel ao seu estilo pop e folk indie, mas não repete a fórmula do citado single. Metals passeia entre sons sombrios incorporados pela suavidade da voz de Feist, o que confere uma leveza ao trabalho como um todo. A cantora é a principal compositora das 12 faixas do disco, sendo que em 8 ela trabalha sozinha nessa tarefa, o que faz com que Metals seja um disco mais que autoral. Pode-se destacar a suavidade de "Bittersweet Melodies", o coro de cantores que a acompanham em "A Commotion", o flerte com o blues em "Anti - Pioneer" e o fantástico instrumental de "How Come You Never Go There". Feist procura se inovar de forma segura, sem grandes mudanças no seu já consagrado estilo, mas também não opta por pisar apenas em terreno seguro. Sons considerados experimentais também pontuam o repertório de Metals e não deixa Feist cair na mesmice. Ao contrário do que acontece no mercado fonográfico, Feist foge de sucessos radiofônicos e continua caminhando na linha indie. Com isso, o disco é mais um avanço na carreira da cantora e, mesmo sendo lançado já ao final do ano, é possível que venha a figurar nas costumeiras listas dos melhores que norteiam anualmente revistas e sites especializados.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Resenha de Disco: Sharon Jones é a Raiz da Música Negra Americana na Atualidade.

Com 55 anos de idade e mais de 20 anos de carreira, Sharon Jones é reconhecida atualmente como uma grande musa da soul music. Seu último trabalho, o quarto disco de estúdio, "I Learned The Hard Way" é um magnífico álbum que mergulha a fundo nas raízes da música negra americana, bebendo da fonte de grandes mestres da soul music, do jazz e r&b. Ao lado da mega banda "The Dap Kings", Sharon brilha com sua voz potente e seu estilo musical sedutor. Enérgica e imponente, soube gravar um disco de qualidade indiscutível, que caiu nas graças do público e da crítica. Sharon ficou famosa recentemente ao emprestar a banda The Dap Kings para Amy Winehouse gravar o disco "Back to Black". Porém, a inconstância e imprevisibilidade de Amy fez com que a banda voltasse a ter somente uma única e cantora nos vocais: Sharon Jones. "I Learned The Hard Way" é disco com claras influências do mestre James Brown, com o estilo dançante e inconfundível da soul music. Os destaques ficam para a faixa de abertura "The Game Gets Old", para a maravilhosa "Give it Back" e "Better Things". Trazendo a música negra dos anos 60 e 70 para a atualidade, Sharon não inova, mas faz a diferença ao resgatar um passado musical tão rico. Nova - iorquina, que não conseguia uma chance no mercado fonográfico, Sharon já chegou a trabalhar como segurança de bancos, até que passou a integrar a banda The Dap Kings e com o estilo musical retrô voltando a cair nas graças do público, a cantora foi consagrada como uma das vozes mais potentes do estilo. Porém, Sharon em momento algum confere uma roupagem Pop para as músicas, sendo seu som cru e visceral. É Soul Music em estado bruto. Para a boa música, não existe tempo, o som, a energia e a qualidade são eternas, e Sharon é a raiz da música negra americana nos dias atuais, que invade o mundo e agrada nossos ouvidos. Sharon não é única, mas reina ao perpetuar as maravilhas do seu estilo musical.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Resenha de Filme: Singelo, "Malu de Bicicleta" Trata o Amor de Forma Real.

Baseado no romance homônimo de Marcelo Rubens Paiva, publicado em 2003, "Malu de Bicicleta" se destaca da nova safra de filmes nacionais. Lançado oficialmente em 2010, dirigido por Flávio Tambellini e com Marcelo Serrado, Fernanda de Freitas e Marjorie Estiano no elenco principal, o filme, assim como as últimas obras do autor citado, trata do amor e do relacionamento traçando um paralelo com a vida de solteiro, regada a conquistas e aventuras rápidas e descompromissadas. Luiz (Marcelo Serrado) vivia como um conquistador. Sua cama era frequentada por inúmeras parceiras, até que em uma visita ao Rio de Janeiro, depois de quase ser esfaqueado por uma mulher abandonada, é atropelado por Malu (Fernanda de Freitas), que passeava de bicicleta. A partir daí, dá-se início a um relacionamento, que depois de certo tempo passa a ser marcado pela desconfiança, ciúmes e sentimento de posse, que impede a felicidade plena do casal, embora as cenas de carinho e desejo entre os dois sejam sublimes e contam com muita sintonia. Malu é livre, moleca, gosta de viver a vida. Já Luiz, mesmo bobo devido a paixão, desacostumado com o compromisso, passa a ter dúvidas sobre a fidelidade de Malu. O filme não chega nem perto dos romances hollywoodianos que apelam para as forças do destino, o acaso ou situações nada verossímeis para que o casal fique junto. Ao contrário, o amor de Luiz e Malu é construído através do desejo que os dois possuem de ficar juntos, de fazer com que o relacionamento dê certo. Já para os momentos finais do filme, o diálogo entre a personagem de Marjorie Estiano e de Marcelo Serrado é um deleite a parte. "Malu de Bicicleta" não chega a ser uma obra-prima, mas é superior a muitos filmes que são lançados hoje em dia e abordam o amor como algo tão banal que fica difícil de engolir. Singelo, o grande mérito do filme é tratar o amor de forma nada fantasiosa, trazendo de modo sublime, um pouco da realidade para o mundo da ficção. "Um dia o amor te atropela".

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Resenha de Disco: Criolo Agrega o Rap em Mistura de Ritmos e Esbanja Criatividade.

Seguindo um estilo que ainda atinge a uma minoria no Brasil, Criolo, antigo Criolo Doido e batizado Kléber Gomes, conseguiu a façanha de ser reconhecido como um cantor de Rap talentoso e compositor inspirado, embora já seja veterano nesse segmento. Paulistano, seu Hip Hop que foge do convencional pode dar visibilidade a outros cantores do gênero, como Emicida. Criolo foi consagrado no VMB 2011, premiação da MTV, onde fez excepcional dueto com Caetano Veloso cantando "Não Existe Amor em SP", música que já virou um hino para os amantes do gênero, tornando-se um hit e atingindo a todas as classes. Criolo usa o seu Hip Hop e seu talento de compositor para revelar grandes problemas sociais (o que não chega a ser novidade para o Rap) e um pouco de autobiogafia, salientando as dificuldades de ser um cantor independente e exaltando a solidão pessoal existente em cada um na principal cidade Brasileira. Porém, Criolo não se prende apenas ao estilo musical citado para rechear "Nó Na Orelha", disco lançado esse ano de forma independente e que já caiu nas graças da crítica e do público, contando com produção de Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral. A primeira faixa do disco, a excelente "Bogotá", é uma mistura de afrobeat com instrumentos de sopro, resultando em uma das melhores do disco. A partir daí, Criolo abre um leque de variações musicais, usando do Soul, Samba, Reggae e muito da MPB atual para expor suas idéias. "Linha de Frente" é talvez a mais inspirada, onde o cantor usa personagens da Turma da Mônica, de Maurício de Souza, para falar de politica e de problemas atuais. Criolo, fugindo do convencional, nos presenteia com um grande disco, agregando o Rap em uma mistura de ritmos fora do comum, ele esbanja criatividade e merece toda a recepção positiva que está recebendo, mostrando que em um país cultural como o Brasil, seja no rap ou no samba, o que vale é ser criativo, inteligente, ter bom gosto e talento.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Resenha de Disco: Cee Lo Green Reproduz a "Motown" em Disco Perfeito.

Cee Lo Green é a outra parte do Gnarls Barkley, que em 2006, juntamente com o seu companheiro artístico Danger Mouse, foi alçado à fama com o single "Crazy", tocado e cantado repetidamente pelo mundo todo. Porém, no ano de 2010, foi lançado seu terceiro disco solo, distruibuído no Brasil pela Warner Music, intitulado "The Lady Killer", e o resultado não poderia ser melhor: um disco enérgico e maravilhosamente sedutor. Cee Lo Green nos leva de volta ao tempo da Motown, gravadora americana de discos que lançou grandes ídolos da black music, como Jackson's 5, Marvin Gaye, Diana Ross e The Temptations. Naquela época a black music era abrangente, envolvendo estilos como jazz e soul, abusando de coreografias, vestimentas e penteados característicos dessa grande época para a música como um todo. Foi conhecida também como a primeira gravadora que mergulhou em temas político-sociais e encorajava seus artistas também a seguir essa vertente. Usando sua potente voz e batidas eletrizantes, Cee Lo Green cria um dos melhores discos internacionais do já citado ano. O primeiro single foi "Fuck You", que já concorreu a Grammys, sendo uma música dançante e cujo clipe traduz o título do álbum, mostrando um Cee Lo Green na infância e adolescência, sendo desprezado por grandes paixões, até sua vida adulta, no auge da fama e sucesso. O álbum é uma mistura de Soul Music com altas doses de eletrônica, abusando dos corais Gospel que fazem toda uma diferença na composição final da música, nos remetendo ainda mais aos tempos da Motown. "Wildflower", "Satisfied" e "I Want You" são os grandes e maravilhosos destaques do disco. Usando o brilho da Motown e trazendo toda essa grandiosa experiência musical para os dias de hoje, Cee Lo Green é dono de um disco perfeito.

domingo, 23 de outubro de 2011

Resenha de Filme: Across The Universe é mais que um filme para Beatlemaníacos.

Dirigido por Julie Taymor, que também ficou a cargo da direção de "Frida", maravilhoso filme que conta a história de Frida Khalo, "Across The Universe", lançado em 2007, é uma ode ao fantástico repertório do quarteto de Liverpool. Musical, o filme apresenta 33 músicas dos Beatles, usadas de forma pertinente para contar uma história de amor entre Jude (Jim Sturgess), rapaz de Liverpool, e Lucy (a competente Evan Rachel Wood), garota estadunidense. Jude vai para os Estados Unidos em busca de auto-conhecimento e aventuras que não poderia encontrar em sua cidade Natal. De imediato faz amizade com Max (Joe Anderson), que é irmão de Lucy. Aos poucos ele vai conhecendo outros personagens que serão importante para a trama, como Prudence, o músico Jo Jo e a cantora Sadie. O filme enlaça as músicas com a história de amor dos personagens principais, com a história individual de cada um e com acontecimentos típicos da década de 60, como a guerra do Vietnã, drogas, o movimento hippie, o homossexualismo e a liberação sexual. O movimento Hippie e toda a cultura alternativa que o envolve está presente em praticamente todo o filme, inclusive na psicodelia que envolve o número musical na participação de Bono Vox como Dr. Robert, cantando "I am The Walrus". Outra participação é a de Salma Hayek, dançando "Happiness is a Warm Gun". As letras das músicas apresentadas no filme seguem fiéis à discografia dos Beatles, mas a melodia e os arranjos são todos modificados a fim de se encaixarem melhor na história, adquirindo toda uma importância para a narrativa da mesma. Composto de grandes momentos, o filme conta com espetáculos a parte, como T.V. Carpio cantando "I Want To Hold Your Hand", a excelente versão feita para "Strawberry Fields Forever", a emocionante versão de "Hey Jude" e de "Let it Be", entoada em coral gospel. Ao final, percebemos que Across the Universe é mais que um filme para Beatlemaníacos, mas sim, uma linda história de amor, tendo os anos 60 passado a limpo como plano de fundo e a idéia genial de trazer para as telonas as músicas dos Beatles, afinal, "all you need is love". Belíssimo filme, que poderá agradar quem é ou não fã da banda.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Resenha de Disco: Criativa, Mariana Aydar lança uma verdadeira obra - prima.

De todos os discos nacionais que ouvi, lançados em 2011 até o momento, "Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo" da espetacular Mariana Aydar, é o melhor e mais criativo. Recém-lançado, o disco confirma o primoroso talento dessa cantora que debutou no mercado fonográfico com o bom "Kavita 1". Seu segundo disco, "Peixes, Pássaros, Pessoas" já distanciava Mariana das demais cantoras de MPB, pela sua criatividade e ousadia em testar o novo. "Beleza" em parceria com a cantora cabo verdiana Mayra Andrade, é um verdadeiro petardo encontrado no citado disco. Porém, Mariana Aydar se superou com "Cavaleiro Selvagem Aqui Te Sigo". O disco ofuscou o também recém-lançado "Elo" de Maria Rita, roubando todos os holofotes e sendo amplamente elogiado pela crítica especializada. O mérito de tão perfeito álbum se deve também à produção e parceria com Letieres Leite, maestro da Orquestra Rumpilezz. Embora o disco apresente inúmeras regravações, as mesmas não soam repetitivas, pois Mariana soube dar um frescor novo às músicas, de forma criativa e extremamente competente. O grande destaque, ao meu ver, ficou por conta da maravilhosa regravação de "Galope Rasante", música original de Zé Ramalho. Coube à cantora dar novos ares ao delicioso pagode "Vai Vadiar" de Zeca Pagodinho, que já fez dueto com a cantora em seu disco anterior, o que culminou em uma música deliciosa e envolvente. Explorando diversos estilos musicais, sem contudo deixar o álbum perdido, e mantendo uma coesão em relação ao repertório, podemos nos deliciar também com o forró de "O Homem da Perna de Pau" e a envolvente e carismática "Preciso do Teu Sorriso". Música de Caetano Veloso, "Nine Out of Ten" é outra regravação que ficou fantástica na voz de Mariana. Mesmo com a mistura de ritmos, o Afrobeat é quem dá as cartas na maioria das músicas, provavelmente influência positiva na produção de Letieres. Não é necessário várias audições para apreciar o disco. Ele desce redondo, causa admiração, fascínio. Mariana é completa, é artista. "Só vim para dar parabéns, parabéns para nós", amantes da boa música. Mariana Aydar, aqui te sigo.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Resenha de Disco: Thaís Gulin brilha em segundo disco de inéditas.

Thaís Gulin passa, com louvor, pela prova do segundo disco. Depois do maravilhoso disco homônimo de 2006, em que ela gravou verdadeiras relíquias como "Defeito", "Bloco da Solidão", cantou com propriedade "História de Fogo" do pernambucano Otto e fez, ao meu ver, a melhor regravação de "Garoto de Aluguel" de Zé Ramalho, ela lança esse ano o disco "ôÔÔôôÔôÔ" e novamente coloca no mercado algo grandioso. Sem deixar a peteca cair, o disco sai inspirado e melódico. Encabeçada pela deliciosa faixa-título, "ôÔÔôôÔôÔ" é samba enredo contemporâneo e deliciosamente sedutor. "Quantas Bocas" é faixa que considero um grande destaque do álbum, onde ameaçadoramente, Thaís profere: "Meu ódio dura pouco, meu amor também, vai saber...Se eu te encontrar, posso te beijar ou nem te reconhecer". Destaque na mídia por conta do seu namoro com Chico Buarque, é ele quem escreve e faz parceria com a cantora na música "Se eu Soubesse", balada leve e nostálgica, já em rotação nas rádios. Outra grande personalidade presente no disco é Tom Zé, que presenteou Thaís com "Ali Sim, Alice", música que remete à obra literária "Alice no País das Maravilhas". Mais facilmente reconhecida pelo grande público, "Paixão Passione" é faixa que fecha o disco, tendo sido anteriormente tema da novela "Passione", exibida pela Rede Globo. "Little Boxes", a já conhecida música na voz de Malvina Reynolds, popularizada como tema de abertura do seriado Weeds, onde em sua segunda temporada foi cantada por diferentes artistas a cada episódio, ganha maravilhosa regravação na voz de Thaís Gulin. "ôÔÔôôÔôÔ" é disco que faz a cantora brilhar, com inteligência e talento, em um país de grandes artistas, que merecem destaque e aplausos.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Resenha de Disco: Gilberto Gil entra em festa de Universo Junino.

Lançado em junho de 2010, "Fé na Festa" é considerado, de sua nova safra, um dos melhores discos de inéditas de Gilberto Gil. Entrando de cabeça nas quadrilhas e nas festas juninas, o álbum abusa de xotes e xaxados em letras criativas e provocadoras. Passeando por terras nordestinas em músicas que nos remetem ao legado de Luiz Gonzaga, Fé na Festa explora também o baião em músicas como "O Livre Atirador e a Pegadora", que de forma atual, trata das relações casuais dos dias de hoje. "Vinte e Seis" é música que parabeniza o cantor pelo seu aniversário, a saber, dia 26 de junho. De forma singular, Gil foge do esteriótipo forrozeiro que assola o país atualmente, para fazer uma música de universo nordestino com a qualidade de quem domina o ritmo musical como poucos. "Dança da Moda", "Aprendi com o Rei" e "Maria Minha" são as únicas três músicas que Gil não assina no repertório do disco. A segunda música das três citadas é delicioso xote que realça as qualidades do cantor como bom sanfoneiro, buscando seguir os passos do Rei do Baião. Em "São João Carioca", Gil propaga que o Rio de Janeiro também é lugar de boa música forrozeira. Fé na Festa é disco abrangente, se ao mesmo tempo soa popular e contemporâneo, também percebemos o toque sofisticado e as características da MPB já arraigadas no maravilhoso repertório do mestre Gil.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Resenha de Filme: "O Leitor" explora traumas e discussões do Pós Guerra.

Com cinco indicações ao Oscar 2009 (Melhor Fotografia, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Atriz, Melhor Diretor e Melhor Filme), O Leitor finalmente premiou Kate Winslet como melhor atriz, fato que já deveria ter acontecido em ano anterior, quando a mesma concorreu na mesma categoria com o maravilhoso Pecados Íntimos. O filme é baseado no livro de mesmo nome de Bernhard Schlink e se passa na Alemanha, mais precisamente no pós guerra. David Kross interpreta Michael Berg quando jovem (na fase adulta o personagem é interpretado por Ralph Fiennes), que após ser ajudado por uma estranha mulher, interpretada por Winslet, passa a ter com ela um romance. Curiosamente, essa mulher, de nome Hana, sempre antes de ir para cama, pede que ele leia para ela, daí o nome do filme. Após um período, Hana some sem dar notícias, ocasionando dor e sofrimento a Berg. Depois de longos anos, ele, estudante de direito, começa a acompanhar processos de julgamento de ex oficiais acusados de matar prisioneiras judias. A partir daí, o personagem entra em conflitos acerca do certo e errado, do justo, da cabeça e do coração. O romance entre os dois entra em plano secundário no filme, salientando mais os traumas e as discussões presentes no pós guerra na Alemanha. Polêmico, o filme trata a história com uma seriedade ímpar e a excelente interpretação de Kate Winslet o afasta, em matéria de qualidade, dos demais filmes que já exaustivamente abordaram o assunto. Dirigido com extrema competência por Stephen Daldry, O Leitor já é filme clássico, que mesmo abordando um assunto nada inovador, proporciona discussões e reflexões sobre uma época que jamais deixará de ser comentada.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Resenha de Disco: Maria Rita lança "Elo", disco recheado de regravações.

Depois de quatro anos, Maria Rita lança "Elo", sucessor do espetacular "Samba Meu". Pressionada pela gravadora Warner Music e por alguns fãs, pelo fato da artista estar a muito tempo sem lançar material novo, Maria Rita, que tinha programado um disco de inéditas apenas para 2012, resolveu entrar em estúdio e gravar um álbum ainda para esse ano. "Elo" mantêm com classe a alma sambista da cantora, como em "Pra Matar Meu Coração", música de Pedro Baby e Daniel Jobim, a primeira em rotação nas rádios. "Coração em Desalinho", já conhecida do grande público, sendo a música de abertura da novela "Insensato Coração" da Rede Globo, é samba que fecha o disco. Recheado de regravações, algumas músicas se sobressaem, como é o caso da versão de "Menino do Rio", de Caetano Veloso, conhecida na voz de Baby do Brasil. "Nem um dia", música do cantor e compositor Djavan, também ganha bela versão para o disco. "Só de você", música de Rita Lee, ganha versão gostosa e sensual na voz de Maria Rita. "A história de Lily Braun" de Chico Buarque, já exaustivamente regravada, também tem seu espaço no álbum, porém, tantas regravações já fizeram a música perder o seu brilho, soando cansativa. Incensado compositor, "A Outra" de Marcelo Camelo, ficou linda com a voz suave da cantora. Ao fim da primeira audição, percebemos que "Elo" não possui a elegância do disco anterior, mas o brilho de Maria Rita é grande, assim como o seu talento. Embora tenha apelado para regravações óbvias, boa música é boa música. E Maria Rita entende com propriedade do assunto.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Coldplay divulga capa de novo disco.

O quinto álbum da banda britânica Coldplay, intitulado "Mylo Xyloto", a ser lançado dia 24 de outubro, já teve sua capa divulgada. As músicas "Every Teardrop is a Waterfall", "Charlie Brown" e "Paradise" integram o repertório inédito do disco.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Resenha de Disco: Trombone Shorty se consagra como Fenômeno do Jazz.

Nascido Troy Andrews, Trombone Shorty ganhou esse apelido (Shorty, baixinho) por desde cedo frequentar os redutos de jazz de Nova Orleans, sua cidade Natal. Grande apreciador de Jazz, Trombone participava de jam sessions e duelava com grandes artistas do gênero, sendo elogiado até por Stevie Wonder. Mas, passou a ser conhecido quando integrou a turnê de Lenny Kravitz, mas sempre voltando a Nova Orleans para adquirir maiores experiências e experimentar novos sons. Seu primeiro disco, "Backatown" foi muito bem recebido pela crítica e era uma mistura deliciosa de Blues e Jazz, com claras influências da velha escola de R&B. Essa mesma mistura se repete em "For True", lançado esse ano e que segue a mesma linha do disco anterior. A faixa que abre o disco é "Buckjump", jazz de instrumental suingado. As faixas instrumentais dominam o disco, como a excelente "Dumaine St." e "For True", que dá nome ao disco. As participações especiais são muitas, desde Jeff Beck (Do to Me), a Ledisi (Then There Was You), Kid Rock (Mrs. Orleans) e Lenny Kravitz (Roses). Com "For True", grandioso disco, Trombone Shorty se consagra como um fenômeno do jazz dos dias atuais.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Resenha de Disco: Manu Santos Traz Alegria à Nova MPB.

Outra artista saída do reduto da Lapa, Manu Santos, de 26 anos e vencedora da II Mostra de Talentos do Carioca da Gema, está lançando, finalmente, seu primeiro disco, "Nossa Alegria", pelo selo "Saladadesom". Manu, de timbre afinadíssimo, não acrescenta nada de novo à música brasileira, mas sua qualidade e técnica vocal a direciona como uma das melhores cantoras do gênero. Integrante da "Nova MPB", que incorpora cantores como Mariana Aydar e Rodrigo Maranhão, Manu possui repertório que vai da MPB ao samba, explorando alguns ritmos brasileiros e usando letras poéticas para compor músicas de qualidade. A artista chega ao primeiro disco cercada de um time excepcional de músicos, como o baterista Carlos César Mota (que atualmente trabalha com Maria Bethânia) e o baixista Pedro Moraez (que trabalha com Mart'nália). Os arranjos e a produção musical fica a cargo do conceituado André Angra. "Calma" é a música que abre o disco, um sambinha gostoso que começa devagar e vai ganhando força com o canto de Manu. Repleto de regravações, a artista confere novos ares a clássicos de Caetano Veloso (Lua de São Jorge), João Donato (Lugar Comum) e Fito Paez (Un Vestido y Un Amor). "O Samba me Diz" é música irresistível na voz de Manu e grande destaque do disco, ao lado de "Mulher Jangadeira". Manu Santos chega muito bem servida com seu primeiro disco, trazendo alegria à Nova MPB e aos nossos ouvidos.

domingo, 25 de setembro de 2011

Conselho Literário: O Naturalismo e a Outra Forma de Visão da Sociedade.

O Naturalismo, conhecido também como uma forma radical do Realismo, é uma escola literária baseada na observação fiel da realidade. Baseava-se no princípio que as ações, comportamento e atitudes do indivíduo eram influenciadas pelo meio e pela hereditariedade. O indivíduo não tinha então, controle sobre seus atos. A visão naturalista, obviamente pessimista, não dava brecha para floreios, romances e ternuras de qualquer espécie. Tudo era retratado de forma real e a linguagem detalhista é uma de suas características. Aluísio Azevedo, grande escritor naturalista, autor de "O Cortiço", foi um grande mestre desse segmento. O livro citado retrata com fidelidade a pobreza humana e material de um lugarejo onde vivia João Romão, personagem principal da obra. O ambiente é retratado de forma a nos fazer enxergar o quanto era imundo e insalubre. Percebe-se que alguns personagens que começam a residir no cortiço são dignos, de caráter e caprichosos nos seus afazeres, trabalhadores. Com o passar do tempo, com acontecimentos inerentes à sua vontade, tornam-se bêbados, promíscuos, desmazelados e arruaceiros. Mostra-se assim que o lugar influenciou o caráter do indivíduo e que o mesmo é totalmente dependente dele. O mesmo acontece em "Casa de Pensão", obra do mesmo autor, onde o interesse e a maldade transformam negativamente a vida de um ingênuo estudante. Já em "O Mulato", Aluísio Azevedo critica a falsidade e o preconceito racial na sociedade maranhense, com ênfase na corrupção do clero. É uma forma de enxergar o que a sociedade tem de ruim, de denunciar e criticar, fazendo abrir os olhos para as mazelas sociais, o que torna essas obras tão contemporâneas, mesmo nos dias atuais. Considerado o primeiro romance homossexual brasileiro, o livro "Bom Crioulo" de Adolfo Caminha, narra a tórrida relação do negro Amaro com o jovem Aleixo, que se entrega as investidas do bom crioulo sem relutar, mostrando a falta de força e poder de decisão diante das situações por qual passa, o que volta a acontecer mais tarde quando entra na história Dona Carolina. Para mim, o Naturalismo é a escola literária mais importante, justamente por denunciar as práticas desonestas da sociedade, fazendo com que possamos entender as atitudes humanas em um contexto geral. Os livros citados nesse texto são excelentes e grandes clássicos da literatura brasileira. Boa leitura.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Resenha de Disco: Superheavy Faz Jus a Título de Super Banda.

Vez ou outra, vários artistas consagrados se unem e formam o que se chama de Super Banda. Nesse mês de setembro foi lançado um excelente disco de uma banda que se enquadra nessa categoria. Superheavy é a banda formada pelo líder do Rolling Stones, Mick Jagger, pela maravilhosa cantora Joss Stone, que dispensa apresentações, pelo filho caçula de Bob Marley, Damian Marley, por A.R. Rahman, produtor e cantor indiano, cuja música Jai Ho foi trilha do premiado filme "Quem quer ser um milionário" e por Dave Stewart, intergrante do Eurythimics. O álbum poderia se perder dentro de estilos musicais tão distintos, mas ao contrário, os artistas agregam influências e valores musicais em faixas deliciosamente distintas e, ainda assim, maravilhosas. O vocal principal fica a cargo, lógico, de Joss Stone e da enérgica voz de Mick Jagger. Damian Marley incrementa faixas como "Rock me Gently", uma balada suingada e gostosa de ouvir. Seu reggae misturado com Hip Hop pode ser facilmente identificado no primeiro single do disco, "Miracle Worker", que já ganhou clipe. As influências indianas de A. R. Rahman são encontradas na dançante faixa "Satyameva Jayathe" e em "Mahiya", música indiana com ares pop. Em "Common Ground", pra mim uma das melhores do disco, é Joss quem brilha absoluta com sua privilegiada voz ao lado de Damian Marley. "Never Gonna Change" lembra muito a banda de Jagger, e é ele quem assume o vocal principal na faixa. Embora em menor escala, a experiência musical de Dave Stewart faz toda a diferença para o grupo. Os estilos musicais de cada membro da banda vão sendo mesclados ao longo de algumas músicas. Fora de seus estilos característicos, os artistas não destoam. Joss é inserida nas músicas de A. R. Rahman como uma típica cantora indiana e Mick Jagger mantêm sua identidade em reggaes e baladas. Proveitosa e eficaz, a união desses artistas resultou em um disco fantástico. Espero que esse projeto tenha continuidade, porque Superheavy faz jus a título de super banda.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

SuperHeavy, Banda de Mick Jagger e Joss Stone, Lança Primeiro Clipe.

A Super banda formada por Mick Jagger, Joss Stone, Damian Marley, Dave Stewart e A.R. Rahman, intitulada SuperHeavy, acaba de lançar o primeiro clipe. A música escolhida foi Miracle Worker, primeiro single do disco. Confiram o clipe aqui, no Esfinge Cultural. Em breve, resenha do disco.

Conheça a SuperHeavy: Banda de Mick Jagger e Joss Stone.

Mick Jagger se uniu a Joss Stone, Damian Marley (filho caçula de Bob Marley), Dave Stewart (do Eurythmics) e ao cantor e produtor indiano A. R. Rahman e formaram a banda Superheavy. A super banda é uma mistura de estilos musicais de todos os participantes e o resultado é fantástico. O disco será lançado ainda esse mês de setembro, mas as faixas já estão disponíveis na rede. Em breve, maiores detalhes e resenha do disco aqui no Esfinge Cultural.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Resenha de Fime: (500) Dias Com Ela Ressalta a Originalidade do Cinema Alternativo.

De forma criativa e original, (500) Dias Com Ela, dirigido por Marc Webb, é uma comédia romântica já clássica. A eterna história do garoto que conhece a garota e se apaixona, com altos e baixos da relação é contada de com novos ares e perspectivas. O filme, é antes de mais nada, honesto. Tom, vivido por Joseph Gordon-Levitt é um criador de cartões comemorativos que está em busca de um grande amor. No trabalho ele conhece Summer (Zoey Deschanel) com quem começa a se relacionar. O grande problema é que Summer não acredita no amor e prefere uma relação casual. A partir daí o filme é contado na perspectiva de Tom, as alegrias e tristezas do relacionamento dos dois é contada de acordo com os 500 dias que passaram juntos, de forma não linear, ou seja, os acontecimentos não seguem uma ordem, eles vão e voltam sem que isso prejudique o enredo do filme. A diferença do filme, já citada, é a honestidade com que a história é contada. Não há floreios ou finais avassaladores, muitas vezes previsíveis. Não que o filme guarde uma grande surpresa para o final ou acontecimentos marcantes, mas é tão singelo, tão puro e tão real que se destaca dos outros pouco criativos filmes do gênero. Sensível ao extremo, o filme retrata duas visões diferentes de comportamento amoroso. O que Tom espera da relação corresponde às expectativas de Summer? E assim, muitas vezes nos reconhecemos nos personagens, tanto em um quanto no outro. Não há meios de fazer uma pessoa se apaixonar por você se você não o quiser. E também, de uma honestidade ímpar, muitos poderão achar Summer insensível, mas não, assim, como o filme, Summer é real, e claro, nos envolvemos com a paixão de Tom, pois a história é ele quem conta. De uma forma simples e inteligente, (500) Dias Com Ela se torna um filme incrivelmente bom, envolvente e criativo.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Resenha de Disco: Passageiro consolida o talento do cantor Rodrigo Maranhão.

Cantor, compositor e instrumentista, Rodrigo Maranhão já é um grande destaque da MPB. Vencedor do Grammy na categoria Melhor Canção Brasileira em 2006 pela música "Caminho das Águas" que ficou conhecida na voz de Maria Rita, o cantor ainda, infelizmente, é pouco conhecido no Brasil, mas muito aclamado por críticos e imprensa especializada em música. Segue carreira solo, mas Rodrigo é também integrante e líder do grupo Bangalafumenga, grande sucesso no Rio de Janeiro. Como compositor, suas músicas já foram consagradas na voz de Roberta Sá, Maria Rita, Anna Luísa, Fernanda Abreu, entre outras. Seu sucesso veio na forma de "Bordado", lançado em 2007, onde o cantor costura grandes temas de composição própria em melodias marcantes, acentuada por sua voz suave, com competência e talento. Porém, é no álbum "Passageiro", que Rodrigo pode ser caracterizado como um exímio cantor de suas composições. O álbum, também muito elogiado pela crítica, é composto por 13 maravilhosas músicas, onde a criatividade impera na mistura de ritmos. Baião, xote, fado e samba, dando um toque a mais na boa MPB do cantor, são ritmos presentes no disco. A faixa de abertura, "Samba Quadrado" é um grande destaque do álbum, pelo sensacional arranjo de cordas. "Valsa Lisérgica" é a única música em que Rodrigo faz parceria, a citar, com Pedro Luís, do grupo Pedro Luís e a Parede. "Camaleão", "Samba pra Vadiar" e "Um Samba pra Ela" são outros exemplos onde arranjo e composição se tornam grandes músicas na voz do cantor. Rodrigo costura poesia, borda letras e nos presenteia com um belo disco. Com enorme criatividade musical, a carreira do cantor não é passageira, e o álbum consolida ainda mais seu grande talento.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Conselho Musical: Paula Morelenbaum é sinônimo de elegância e talento para a boa música brasileira.

Paula Morelenbaum, casada com o consagrado maestro e instrumentista Jacques Morelenbaum, começou sua carreira em 1979 como integrante da banda "Céu da Boca". Em 1984 foi convidada por Tom Jobim a integrar a "Banda Nova", com quem trabalhou na composição de diversos discos. Seu primeiro disco solo, intitulado "Paula Morelenbaum", foi lançado em 1993 e contou com a produção de Jacques Morelenbaum e veio recheado com canções de Tom Jobim, Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre outros mestres da MPB. Em 1994, a cantora excursionou por todo o Brasil com o consagrado show "Chica Chica Boom Chic", em que fazia uma releitura contemporânea de clássicos de Carmem Miranda com arranjos próprios. Um ano depois, integrou o "Quarteto Jobim Morelenbaum", com Daniel Jobim, Paulo Jobim e Jacques Morelenbaum. Lançou ainda em 2004 o disco "Berimbaum", cantando clássicos de Vinícius de Moraes com uma releitura eletrônica. Em 2008 foi lançado "Telecoteco - Um Sambinha Cheio de Bossa", onde abordava o repertório de clássicos do período anterior à Bossa Nova. A consagração veio em 2010 com o álbum "BossaRenova", elogiadíssimo pela crítica. O disco foi gravado com a SWR Big Band, composta por dezesseis músicos. "Modinha", "Soul Bossa Nova", "Mas Que Nada" e "Vem Morena" são clássicos presentes no repertório do disco. Também em 2010, Paula Morelenbaum, em parceria com o cantor João Donato, lançou o maravilhoso disco "Água". Como exemplo de parceria perfeita, considero esse disco como um dos grandes destaques do ano passado. Todas as músicas presentes no repertório do disco foram compostas por João Donato, entre elas "Muito à Vontade", "Lugar Comum", "A Rã" (grande destaque do disco) e "Tudo Tem". Com uma trajetória de muito sucesso, com uma voz refinada e um estilo sofisticado de fazer música, Paula Morelenbaum é sinônimo de elegância e talento na boa música brasileira.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Cantora Maria Rita anuncia novo disco e lança single.

Desde 2007, ano em que lançou "Samba Meu", que Maria Rita não coloca no mercado material inédito em estúdio. Sucessor do disco citado, "Elo", novo álbum da cantora, chegará às lojas no mês de setembro de 2011. Para promover o disco, Maria Rita lança a música "Pra Matar meu coração", samba composto por Daniel Jobim e Pedro Baby. Espero ansioso o disco dessa espetacular cantora.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Crítica de TV: TV Brasil se destaca culturalmente das demais emissoras de TV aberta.

Muitos reclamam da qualidade do que é exibido na televisão aberta de hoje em dia. Geralmente recheados de programas apelativos, sensacionalistas e de baixa qualidade cultural, as principais emissoras buscam apenas alavancar o Ibope a qualquer custo. Na contramão, existe a TV Brasil, canal recente, fundado em dezembro de 2007, que prima pela cultura, boa informação e um lazer sadio e inteligente. Em sua grade estão presentes programas independentes e regionais e programas que são veiculados a outras emissoras, como é o caso do "Roda Viva" que é originalmente exibido pela TV Cultura. Arrisco dizer que Roda Viva é um dos melhores programas que estão no ar atualmente na TV Brasileira. Se trata de um programa de entrevistas, atualmente comandado por Marília Gabriela (especula-se que deixará o programa graças a uma cláusula contratual de exclusividade com o SBT), onde escritores, políticos, intelectuais, filósofos, músicos e cineastas passam pela cadeira do programa, respondendo a perguntas inteligentes e muito bem formuladas. Outro programa de entrevistas a ser destacado na emissora é o "Sem Censura". Comandado por Leda Nagle, profissionais (nutricionistas, atores, escritores, médicos, músicos, engenheiros) são abordados de acordo com sua área de formação, podendo os demais entrevistados exporem suas opiniões, sempre acrescentando algo diferente ao assunto tratado. Na área musical, "Samba na Gamboa", excelente programa apresentado pelo cantor Diogo Nogueira, se sobressai. Sambistas e artistas da MPB batem um papo descontraído com o apresentador em um programa recheado de apresentações musicais, prestigiando a música brasileira de qualidade. Para o público infantil, a TV Brasil conta com uma excelente grade de programação. "Vila Césamo" e o inesquecível Garibaldo, "Um Menino Muito Maluquinho", série inspirada na obra de Ziraldo, "A Turma do Pererê" e "Catalendas" são garantia de diversão para as crianças de todas as idades. O Ibope da TV Brasil, infelizmente, é um dos mais baixos da televisão brasileira, mas seus programas, na minha opinião, são os melhores. Contudo, a emissora se destaca culturalmente das demais emissoras de TV aberta, investindo em programas inteligentes e de muito bom gosto.

Resenha de Disco: Sereno da Madrugada valoriza o Samba de Raiz em disco "Modificado".

Nascido no ano de 2005, o grupo de samba "Sereno da Madrugada" lança no mercado o disco "Modificado", distribuído pela "Biscoito Fino". Conhecido nos bares e casas de shows da Lapa, no Rio de Janeiro, o grupo já tocou também em Brasília, Lisboa e Paris. Formado por Alfredo Alves (percussão), Fernando Temporão (Violão de 7 cordas e voz), Miguel Garcia (Cavaquinho) e Patrícia Oliveira (Voz), o grupo tem um vasto conhecimento musical acerca do samba de raiz e dos principais compositores do estilo. Prova disso foi a intensa pesquisa realizada para concretizar o disco "Modificado", que embora soe contemporâneo, é perceptível influências dos grandes sambistas de décadas passadas. No disco, encontramos alguns sambas autorais, mesclados com músicas de outras grandes compositores, como é o caso de "Samba a Dois", pérola do cantor e compositor Marcelo Camelo. O disco conta também com 3 grandes regravações, a citar, "Ponto de Nanã" do grande Roque Ferreira (homenageado recentemente em primoroso disco de Roberta Sá e Trio Madeira Brasil), "Efun Oguedê" de Wilson Moreira e Nei Lopes e "É Luxo Só" de Ary Barroso e Luiz Peixoto. O título do disco, também nome da música que o abre, é uma referência aos diversos estilos musicais que foram se agregando ao samba, tornando-o cada vez mais criativo e original. Grande destaque do álbum é a belíssima música "Própria Luz", de composição autoral. Sereno da Madrugada vai além de um maravilhoso grupo de samba, é uma reunião de amigos, que despretensiosamente valoriza a música brasileira com muita elegância e qualidade. E quem ganha somos nós.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Resenha de Disco: Beyoncé Lança o Melhor Álbum de Sua Carreira.

É indiscutivel a beleza e o talento de Beyoncé Knowles. Dona de uma voz poderosa, um corpo perfeito e uma incrível presença de palco, ela se tornou uma das cantoras mais adoradas, copiadas e conhecidas da atualidade. Porém, quanto ao seu repertório até o momento, sempre deixou a desejar. Suas músicas, uma mistura (já banalizada) de Hip Hop com Pop junto com batidas eletrônicas e letras pouco criativas ou relevantes recheavam álbuns que figuravam semanas ou até meses nas listas dos dez mais vendidos. Nadando contra a corrente e subindo vários degraus rumo ao amadurecimento artístico, Beyoncé lançou esse ano o disco "4". Com claras influências do cantor Nigeriano Fela Kuti, da cantora britânica Adele e dos Jacksons 5, em quem a própria Beyoncé disse ter buscado inspiração, "4" é sem sombra de dúvida o melhor disco de Beyoncé até hoje. O disco é composto em sua grande parte por baladas viscerais onde podemos identificar a sonoridade de Adele. O primeiro single do disco, "Girls (Run The World)", é uma música dançante onde encontramos a clara influência de Fela Kuti. Músicas como "Best Thing I Never Had" contam com todo um clima Soul, presente em outras faixas do disco. Usando e abusando do bom e velho R & B, mas ainda assim soando atual e contemporânea, Beyoncé felizmente se distancia das batidas eletrônicas e das letras pouco inteligentes que assolam a música Pop atual para mostrar que realmente tem talento e sabe fazer música de qualidade. Embora a disco não tenha atingido a venda que a gravadora esperava e há rumores de que a mesma chegou a pedir para que o disco fosse regravado, pedido que a cantora sabiamente rejeitou, espero que "4" marque o início de uma nova fase na carreira da artista, que "Sasha Fierce" seja esquecida e dê lugar ao talento de Beyoncé, que mostra nesse disco que, sabe sim, e muito bem, fazer música de qualidade.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Conselho Musical: Caro Emerald é a Perfeição em Forma de Jazz.

Captaneado por Amy Winehouse, várias cantoras surgiram fazendo uma mistura de neo jazz e soul com uma pitada pop, caracterizadas hoje como uma certeza absoluta de sucesso. Além da já citada, Duffy, Adele e Amanda Jenssen são algumas que alongam a lista. Sendo uma tendência ou não, o fato é que essas mulheres têm talento. Diferente das cantoras POP triviais, não é necessário ter um corpão para cantar Jazz ou Soul. É necessário ter voz, uma grande banda e muita emoção. Sendo assim, Caro Emerald é sem dúvida uma grande cantora desse segmento. Esmeralda Caroline Van Der Leew é uma cantora de neo jazz holandesa que ganhou reconhecimento do público ao lançar a música "Back It Up" em 2009, tocada à exaustão em seu país de origem. Logo após, veio o seu primeiro disco "Deleted Scenes From The Cutting Room Floor", que também fez estrondoso sucesso na Holanda e nos Países Baixos. Caro Emerald encarna uma diva dos Anos 50. Sua música, suas roupas, penteados e banda nos remetem a décadas passadas de uma forma muito peculiar, sem soar falso ou oportunista. Quem assiste ao clipe de "Back It Up" por exemplo, pode vir a acreditar que Caro não é uma artista atual. Mas, Caro é mais que atual, Caro é única. Sua voz suave é deliciosamente perfeita. Suas letras são inspiradas e nada apelativas. O grande destaque do disco citado é a banda que acompanha Caro, composta por grandes músicos, tornando a audição do disco um grande e delicioso prazer. Lançado em disco, o show que Caro realizou com a Grandmono Orchestra é um capítulo a parte na carreira dessa cantora. Há destaques para todos, Caro, a Orquestra, as músicas e até para a irreverente versão de "Bad Romance", música de Lady GaGa, transformada em Jazz, ao estilo Caro Emerald. De seu repertório, entre muitas e muitas maravilhas, podemos destacar a já citada "Back It Up", "A Night Like This", "That Man" e "The Other Woman". Se é passageiro ou não, se for para lançar cantoras como Caro Emerald, espero que essa tendência permaneça por muito tempo.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Resenha de Disco: Erasmo Mostra Que Ainda Tem Longos e Proveitosos Anos de Carreira Pela Frente.

Com 50 anos de carreira completados em 2010, Erasmo Carlos mostra que ainda tem vigor para se manter como um ícone da música brasileira. Lançado em 2009, o disco Rock'n'Roll relança o cantor como o bom roqueiro que é. O disco é recheado de sacadas geniais, bom humor e geralmente usando da crítica para expressar a realidade em que vivemos. Seja criticando o valor exacerbado que o brasileiro dá ao que vem de fora na faixa "Cover" ou a forma como as pessoas buscam desesperadamente seus 15 minutos de fama na faixa "Celebridade", Erasmo mostra que ainda está com seu humor afiado para compor excelentes músicas. A Mulher, de forma geral, eterna paixão e vício de Erasmo, também tem seu lugar de destaque no disco, principalmente na faixa "Olhar de Mangá". Erasmo ainda ostenta o estilo "Bad Boy", que o caracterizava nos tempos da Jovem Guarda, e continua inspirado, criativo e dono de uma verdade inquestionável. Nesse ano ele acaba de lançar "Sexo", dando continuidade ao seu trabalho de inéditas. Erasmo é Rei, e o fato de não estar cantando as mesmas músicas em eternos especiais de fim de ano na TV, justifica essa afirmação.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Crítica de TV: O Humor Inteligente de Parks and Recreation se destaca das demais séries, geralmente banais e fúteis.

Seguindo o padrão de documentário, que ficou famoso com a série The Office, Parks and Recreation é uma boa opção de série para quem gosta de um humor inteligente e ácido. A história se passa na fictícia cidade de Pawnee, mais exatamente no Departamento de Parques e Recreação da Prefeitura local. A protagonista, Leslie Knope, vivida pela atriz Amy Poehler, é uma feminista bem intecionada que luta para transformar uma enorme cratera em um parque. Leslie é uma mulher honesta e extremamente dedicada ao seu trabalho, e por isso, torna-se capaz de cometer as maiores loucuras para defender seus ideais e o interesse da população local. A série faz uma crítica ao Governo de uma forma geral. Ao passo que Leslie luta pelo interesse dos cidadãos, ela tem suas atividades dificultadas pelos governantes, que preferem deixar a cratera no centro da cidade a desembolsar o valor necessário para corrigir o problema. Também há o que se vê aos montes: funcionários que não executam o seu trabalho corretamente, ou o fazem de má vontade, desvios de verba, cidadãos inconformados e chefes preguiçosos. A cada episódio surge uma situação extremamente engraçada, resultando em uma das séries mais inteligentes que já tive a oportunidade de assistir. Também estão no elenco Rashida Jones, Aziz Ansari e Aubrey Plaza. A série é uma produção da NBC e é exibida no Brasil pela Sony Entertainment Television. Recomendo para quem está cansado das séries fúteis e banais e para quem gosta de um humor inteligente e sagaz.

Conselho Literário: Clarice na Cabeceira.

Lançado pela Editora Rocco, o livro "Clarice na Cabeceira" é uma coletânea de grandes contos da escritora escolhidos por artistas de diversas vertentes e áreas. O livro é composto por vinte e dois contos que penetram na alma sagaz dessa maravilhosa escritora. No início de cada conto, o artista que o escolheu faz uma breve introdução sobre Clarice Lispector e sua influência na vida do mesmo e explica o por quê da escolha. Beth Goulart apresenta "Perdoando Deus", Malu Mader apresenta "Felicidade Clandestina", Fernanda Torres introduz "A Quinta História", Fernanda Takai apresenta "A Língua do P", entre outros grandes artistas inseridos em maravilhosos contos. Um grande destaque para mim é "Ele me Bebeu" apresentado por Carla Camurati. Imperdível.

Resenha de Disco: A Deliciosa Sopa de Geraldo Leite.

Geraldo Leite, integrante do Grupo Rumo, foi buscar nas décadas de 30 e 40, músicas pouco conhecidas e gravadas em 78 rotações para rechear "Sopa de Concha", disco lançado pela Biscoito Fino. As quinze músicas que compõem o repertório do disco são praticamente inéditas, músicas que sintetizam perfeitamente a junção da Música Popular Brasileira com a influência do Rádio, em uma época em que a canção possuia uma linguagem própria. Além de Geraldo Leite, os demais integrantes do Grupo Rumo se uniram ao projeto, como Pedro Mourão, Luiz Tatit, Akira Ueno e destaque absoluto, a voz maravilhosa de Ná Ozzetti, sempre perfeita. O disco conta com músicas compostas por Ary Barroso, Haraldo Lobo, Wilson Batista, Assis Valente e Luiz Gonzaga, entre outros compositores da fase pré - bossa nova. O disco é basicamente uma junção da MPB e do Samba de rua, bem como as famosas Marchinhas, em músicas deliciosamente irreverentes e simples, mas que cativam o ouvinte na primeira audição. Os destaques vão para "Meu Amor Não Me Deixou", "Pão com Banana", "Juro, Juro" e "Honrando um Nome de Mulher". Mais que um excelente disco, "Sopa de Concha" é um precioso documento musical para os amantes da boa música.

Resenha de Filme: Marion Cotillard é o Grande Destaque em Piaf - Um Hino ao Amor.

Nascida em Dezembro de 1915, Edith Giovanna Gassion, mais conhecida como Edith Piaf, se tornou, talvez, a maior cantora que a França já teve. Com uma trágica história de vida, ela expressava suas angústias e lamentações em seu canto, de forma comovente e emocionante. Suas músicas eram sempre sinônimo de sucesso, principalmente a clássica "Non, Je Ne Regrette Rien", regravada à exaustão, inclusive por vários artistas brasileiros. Em 2007, sua biografia chegou às telonas na forma de "Piaf - Um Hino ao Amor" (La Môme), estrelado por Marion Cotillard e dirigido por Olivier Dahan. O filme retrata com maestria a vida de Edith Piaf, do seu nascimento à sua morte, em 1963. Passando por sua infância pobre, crescendo em bordéis e circos, usando sua privilegiada voz para poder comer, à oportunidade de gravar um disco. O filme não faz uma releitura da vida de Piaf, o Pequeno Pardal, e sim, retrata de forma correta as perdas, tristezas e amarguras da cantora. A vida de Piaf não foi fácil, e floreá-la seria tirar-lhe o sentimentalismo, presente em cada nota entoada pela diva francesa. Pode muitos considerá-lo apenas mais um dramalhão francês, produzido para emocionar, para levar a platéia às lágrimas. Ao meu ver, entenderá a beleza do filme quem conhecer Edith Piaf de antemão, quem souber apreciar sua música e o requinte de sua voz. A emoção emitida por Piaf é única e poucas cantoras poderiam ser comparadas a ela. O grande mérito do filme é Marion Cotillard. A bela atriz se despiu de toda vaidade para interpretar a personagem título, o que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz, merecidamente. Nomes como Sylvie Testud e Clotilde Courau abrilhantam ainda mais o elenco. Piaf - Um Hino ao Amor é, sem dúvida, uma obra emocionante, triste, mas deliciosamente perfeita.

Resenha de Disco: A Força do Canto Visceral de Adele Já é o Grande Destaque de 2011.

A britânica Adele, lançou em janeiro de 2011 seu segundo álbum, "21", sucessor do aclamado "19", que foi lançado em 2008 e lhe rendeu vários prêmios, inclusive o grammy de artista revelação. "21", a idade da artista, já pode ser considerado um grande destaque de 2011. Adele expia suas dores de amor e desilusões ao longo das 13 excelentes faixas do disco. Adele canta sobre o amadurecimento, a entrada em uma vida adulta e toda a consequência geralmente inevitável que cerca esse fato. Os términos de relacionamento são a grande força motora do disco, bem como a negação do fim do romance, o inconformismo e a vontade de seguir em frente, mas deixando sua marca no que já passou. Adele canta com propriedade, sem falsas vivências ou demagogias. Sua voz soa forte, ao retratar suas experiências amorosas fracassadas, e ao mesmo tempo doce, quando deseja apenas gritar ao mundo o seu sofrimento. O primeiro single, "Rolling in the Deep", em excelente colocação nos charts mundo afora, é talvez, a melhor música do disco. Com um coral gospel e um refrão arrebatador, Adele proclama "Amando incondicionalmente, você tinha meu coração nas mãos". Já em "Lovesong", música do The Cure, outro grande destaque do disco, Adele precisa apenas de um violão para mandar o seu recado. "Someone Like You" e "Set Fire to the Rain" completam o time de grandes petardos presentes em "21". A mistura de Soul com o Pop Contemporâneo se faz presente em todo o disco. Arrisco apostar que "21" figurará em boa parte das listas dos melhores do ano. E com todo o mérito.