segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Resenha de Disco: "The Greatest", a Obra-Prima de Cat Power.

Dizem que quanto mais envelhecem os vinhos, melhores eles ficam. Na música, se não ficam melhores, aqueles grandes discos, pelo menos, não perdem a grandeza. É o caso do "The Greatest", disco lançado por Cat Power no já longínguo 2006 e que quanto mais se ouve, melhor fica. Cat Power serve de codinome pra cantora e multi-instrumentista norte-americana Chan Marshal, que consolidou sua carreira de uma maneira bem peculiar, longe do circo midiático. Aliás, por um tempo, Chan desistiu da carreira e foi levar uma vida bucólica em sua fazenda no interior. Por essa e por outras (Chan também passou um tempo em uma clínica de reabilitação) ela lançou pouco. Mas desse pouco mel produzido, quase todo ele é geleia real. E por geleia real entende-se "The Greatest", um disco sublime, uma delicada mistura entre o indie, o folk e o soul, e tudo isso tendo como a cereja em cima do bolo a voz rouca e aveludada de Marshal. A verdade é que tudo nesse disco funciona. A voz, os arranjos, os temas. Tudo está ali à disposição de Chan para criar um disco-clima inesquecível. A canção título, que fez parte da trilha sonora do filme "Um Beijo Roubado" (onde Chan fez uma pontinha que ofuscou Jude Law), pode ser incluída sem medo em uma lista de canções mais bonitas de todos os tempos, sem exagero. A segunda faixa do disco, "Living Proof" (também em "Um Beijo Roubado), é outra que merece constar na lista de melhores. Outros destaques são "Willie", "Live in Bars" e claro, todas as outras músicas presentes no disco. Trocando em miúdos, "The Greatest" é um daqueles discos que daqui a cinquenta anos ainda será ouvido e indicado. Uma pedra fundamental da música.

Resenha escrita por Rafael Tavares.

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