quinta-feira, 12 de março de 2015

Resenha de Filme: Mesmo Depois de Décadas, "As Vinhas da Ira" Ainda Permanece Atual.


Alguns filmes lançados décadas atrás podem, nos dias de hoje, soar bastante atuais. Esse é o caso de As Vinhas da Ira (The Grapes of Wrath, 1940). Dirigido por Jonh Ford e baseado no livro homônimo de John Steinbeck, narra a história de uma família de pequenos agricultores, arrendatários expulsos de suas terras em Oklahoma durante a depressão, que atravessam o país rumo à Califórnia, em busca de melhores condições de vida. Além de uma viagem difícil, acabam descobrindo que o tão sonhado trabalho era mais utópico do que real. Mais detalhadamente, o filme começa com Tom Joad (o grande Henry Fonda), que após quatro ano preso por homicídio, retorna à casa dos pais e descobre que eles, além de perderem a terra, estão prestes a se mudarem para a Califórnia. Assim, toda a família parte em um caminhãozinho velho levando o pouco que possuem. Pessoas honestas em busca de melhores condições de vida é uma realidade que atravessa décadas e décadas. São trabalhadores que buscam o seu sustento e acabam oferecendo sua força de trabalho a troco de pouco ou quase nada. Muitos enriquecem durante os períodos de crise, e é evidenciado durante todo o filme a exploração da mão de obra barata. Realizado em sete semanas, o filme possui um roteiro impecavelmente adaptado e os acontecimentos são vividos com grande intensidade, mérito de um elenco que reúne, além de Henry Fonda, Jane Darwell, Jonh Carradine e Charley Grapewin. As frases finais de Tom Joad se tornaram antológicas. Concorrendo ao Oscar em 1941, venceu nas categorias de Melhor Diretor (John Ford) e Melhor Atriz Coadjuvante (Jane Darwell) e concorreu a Melhor Ator (Henry Fonda), Melhor Montagem, Melhor Filme, Melhor Som e Melhor Roteiro. Com um belo e perfeito retrato dos Estados Unidos na primeira metade do século passado, As Vinhas da Ira é um clássico, uma obra que merece ser vista númeras vezes. É um exemplo de que um filme não envelhece, ao contrário, alguns conseguem se manter sempre atuais. 

Escrito por André Ciribeli.

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