sexta-feira, 20 de julho de 2012

Simone e Zélia Duncan Unem Repertórios em Show e Mostram a Beleza de Fazer o Que se Gosta.

Na música internacional isso é de praxe, os famosos "featurings" são quase uma obrigação em todas as gravações do mercado fonográfico norte-americano. No Brasil, essas participações especiais são bem mais orgânicas, já que o cenário musical nacional sempre foi pautado por parcerias que deram e continuam dando certo. Talvez seja essa característica de arte colaborativa que deu ao show "Amigo é Casa", de 2008, de Simone e Zélia Duncan, o clima de celebração no estilo da apresentação das duas. É certo que a combinação rendeu um espetáculo de uma beleza sem tamanho, que deixou visível a alegria delas em estarem ali, dividindo o palco e suas canções. Simone e Zélia fazem um show para elas mesmas, um espetáculo vivo, honesto e apaixonado. E quem ganha somos nós. Comentar a biografia de Zélia Dunca e, principalmente, de Simone, é indispensável, pois ambas deixaram marcadas na música brasileira suas passagens com hits em diferentes gerações, a Cigarra então (como Simone é carinhosamente chamada), pode ser considerada uma lenda viva (e ativa) da MPB. Já comentar o repertório do show, que une grandes músicas de suas carreiras paralelas, é tarefa árdua. Grandes canções de autoria delas e também de outros nomes da música nacional, como Caetano Veloso e Gonzaguinha, ganham interpretações emocionantes. Em uma tentativa (inútil) de citar um destaque do show (ele é destaque por inteiro), ouça (e veja) a suave e encantadora interpretação de "Idade do Céu", versão de Paulinho Moska para uma música de Jorge Drexler, e também "Não Vá Ainda", do repertório de Duncan. Se na música internacional as parcerias na maioria das vezes soam como tática para vender mais, aqui no Brasil os encontros como o de Zélia e Simone vão pela contramão, mostrando que a parceria (e a amizade) é verdadeira e apaixonada.

Resenha escrita por Rafael Tavares.

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