segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Resenha de Filme: Em "Para Roma com Amor", o Ruim de Woody Allen Consegue Ser Melhor que a Vasta Maioria.

Todo mundo sabe que Woody Allen tem um transtorno obsessivo-compulsivo e que ele se manifesta justamente na sua extensa filmografia, lançando um título por ano. Basicamente, o diretor nova-iorquino acaba uma produção e já está envolvido em outra (quando não escreve uma, enquanto dirige a segunda e finaliza a terceira). É de conhecimento geral, também, que quantidade não é sinônimo de qualidade, e se tem uma coisa que é comum na obra de Woody Allen é essa variação entre filmes maravilhosos, bons e outros não tão bons assim. "Para Roma com Amor", seu filme mais recente que teve a Cidade Eterna como cenário, é um desses exemplos de filmes não tão bons assim, talvez pelo fato de "Meia Noite em Paris" ter sido simplesmente o filme mais empolgante do ano passado e um dos melhores de Woody em tempos. Mesmo assim, "Para Roma com Amor" tem a assinatura do diretor, seus temas preferidos e aquele seu típico humor rabugento (é sempre divertido ver Woody Allen interpretar Woody Allen). Intercalando quatro histórias diferentes que acontecem em Roma, o diretor cria um caleidoscópio da sua visão da cidade, dos moradores e dos turistas. Isso pode não ter agradado os italianos, que viram em "Para Roma com Amor" os velhos clichês da sociedade italiana. Mas, Woody nunca prometeu um filme italiano, seria a visão dele sobre a Itália. No frigir dos ovos, falta consistência? Sim (não chega nem perto do charme de "Meia Noite em Paris"), mas um filme fraco de Woody Allen consegue ser melhor do que a grande maioria do que é produzido. Até quando é ruim, é bom.

Resenha escrita por Rafael Tavares.

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