quarta-feira, 3 de abril de 2013

Resenha de filme: O Brilho de Isabelle Huppert em Copacabana


Copacabana, filme francês do diretor Marc Fitoussi lançado em 2010, embora a princípio  pareça um filme Cult menor, sobre uma mãe desajustada que tenta se encaixar no mundo depois que recebe a notícia do casamento de sua filha única, na verdade é um grande feito cinematográfico.
Voltando à sinopse, Copacabana gira em torno de Babou (Isabelle Huppert), uma mulher de meia idade que vive deslocada do mundo, como um peixe fora d’água, sem conseguir um emprego fixo e estabilidade financeira e emocional.  Devido às convenções sociais, Babou é desacreditada por todos a sua volta, que não entendem sua estilo de vida livre e descompromissado. Mas as coisas mudam quando sua única filha decide se casar – e cumprir com as exigências sociais estabelecidas – e decide não convida-la para a cerimônia. Em busca de conquistar a  credibilidade perante a filha e a família de seu noivo, Babou parte para o norte da França para trabalhar como vendedora e poder provar que, finalmente, "amadureceu".
Olhando superficialmente, Copacabana trata de temas que já há muitos anos fazem parte do universo do cinema de autor – relações familiares, conflitos gerados por padrões sociais não atingidos, inadequação, entre outros. Porém, um olhar mais atento permite enxergar como Fitoussi escapa de uma abordagem rasteira ao “apagar-se” e colocar o filme nas mãos de Huppert.
Quem assiste ao filme percebe que não há mais nada nem ninguém ali além de Isabelle Huppert: o diretor filma sua estrela, seu jogo de cena, suas nuances, tudo no tempo da atriz e de sua personagem. Trilha sonora, coadjuvantes, diálogos, tudo, absolutamente tudo é mero artifício para fazer Isabelle brilhar como Babou. E ela consegue.
E é justamente o talento de Huppert que segura o filme: sua Babou é tão rica que em momentos você a ama e em outros, a detesta. Isabelle soube como construir uma personagem cativante e incômoda de tanto que ela se parece conosco. Quem assiste Copacabana tem certeza de que Babou é real e que a conhece de algum lugar.
Enfim, é filme despretensioso que cativa, emociona, diverte e que a gente nunca mais esquece.

Em tempo: o filme chama-se Copacabana pois o grande sonho da vida de Babou é conhecer o Rio de Janeiro. Ela é apaixonada por nossa cultura. Devido a isso a grande maioria das músicas que compõem a trilha sonora do filme são brasileiras. 

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