Copacabana,
filme francês do diretor Marc Fitoussi lançado em 2010, embora a princípio pareça um filme Cult menor, sobre uma mãe
desajustada que tenta se encaixar no mundo depois que recebe a notícia do
casamento de sua filha única, na verdade é um grande feito cinematográfico.
Voltando
à sinopse, Copacabana gira em torno de Babou (Isabelle Huppert), uma mulher de
meia idade que vive deslocada do mundo, como um peixe fora d’água, sem
conseguir um emprego fixo e estabilidade financeira e emocional. Devido às convenções sociais, Babou é
desacreditada por todos a sua volta, que não entendem sua estilo de vida livre
e descompromissado. Mas as coisas mudam quando sua única filha decide se casar
– e cumprir com as exigências sociais estabelecidas – e decide não convida-la
para a cerimônia. Em busca de conquistar a credibilidade perante a filha e a família
de seu noivo, Babou parte para o norte da França para trabalhar como vendedora
e poder provar que, finalmente, "amadureceu".
Olhando
superficialmente, Copacabana trata de temas que já há muitos anos fazem parte
do universo do cinema de autor – relações familiares, conflitos gerados por
padrões sociais não atingidos, inadequação, entre outros. Porém, um olhar mais atento
permite enxergar como Fitoussi escapa de uma abordagem rasteira ao “apagar-se” e
colocar o filme nas mãos de Huppert.
Quem
assiste ao filme percebe que não há mais nada nem ninguém ali além de Isabelle
Huppert: o diretor filma sua estrela, seu jogo de cena, suas nuances, tudo no
tempo da atriz e de sua personagem. Trilha sonora, coadjuvantes, diálogos, tudo,
absolutamente tudo é mero artifício para fazer Isabelle brilhar como Babou. E
ela consegue.
E é
justamente o talento de Huppert que segura o filme: sua Babou é tão rica que em
momentos você a ama e em outros, a detesta. Isabelle soube como construir uma
personagem cativante e incômoda de tanto que ela se parece conosco. Quem
assiste Copacabana tem certeza de que Babou é real e que a conhece de algum
lugar.
Enfim, é filme despretensioso que cativa, emociona, diverte e que a gente nunca
mais esquece.
Em tempo: o filme chama-se Copacabana pois o grande sonho da vida de Babou é conhecer o Rio de Janeiro. Ela é apaixonada por nossa cultura. Devido a isso a grande maioria das músicas que compõem a trilha sonora do filme são brasileiras.
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